A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), participou da operação nacional “Mão de Ferro II”, deflagrada na manhã de terça-feira (27), com ações simultâneas em 12 estados brasileiros. O objetivo da operação é combater redes criminosas digitais que promovem automutilação, pornografia infantil, ameaças e fazem apologia ao nazismo.
No Espírito Santo, a operação resultou no cumprimento de um mandado de busca e apreensão no município de Serra, contra um adolescente de 14 anos, estudante do 8º ano do Ensino Fundamental. Durante a diligência, o adolescente confessou sua participação no grupo criminoso, embora tenha apagado os conteúdos ilícitos após se arrepender, devido a uma conversa com sua família.

Material Apreendido e Análise Técnica
Apesar de os conteúdos estarem deletados, o material apreendido, como celular e documentos, será encaminhado para análise técnica da Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES), com a intenção de tentar recuperar os arquivos excluídos. O caso será remetido à Vara da Infância e Juventude, onde serão adotadas as medidas cabíveis.
O delegado Brenno Andrade, titular da DRCC, destacou que a participação no grupo criminoso é, por si só, uma prática delituosa. “O simples fato de integrar esse tipo de comunidade já caracteriza o envolvimento e alimenta a existência do grupo, o que potencializa a vitimização de outras crianças e adolescentes”, explicou.
Como Funciona a Operação Mão de Ferro II
A operação “Mão de Ferro II” é coordenada pela Polícia Civil do Mato Grosso (PCMT) e pelo Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Ao todo, foram cumpridos 22 mandados judiciais, incluindo buscas e apreensões, prisões temporárias e internações socioeducativas. As ações ocorreram simultaneamente em 12 estados, incluindo Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais e Amazonas, e envolveram uma série de medidas para combater crimes digitais contra crianças e adolescentes.
As investigações revelaram uma rede criminosa que promovia e compartilhava conteúdos violentos, estimulava comportamentos autodestrutivos, e praticava exploração sexual infantil. Esses crimes eram cometidos em plataformas como WhatsApp, Telegram e Discord, prejudicando principalmente jovens e adolescentes.
Crimes Cometidos e Perfil dos Investigados na Operação
Os criminosos organizavam grupos virtuais com divisão de funções e hierarquia definida, atuando sistematicamente para promover crimes como automutilação, exploração sexual, indução ao suicídio, apologia ao nazismo e invasão de sistemas. Os investigados poderão responder por indução à automutilação, perseguição (stalking), ameaça, compartilhamento de pornografia infantil e apologia ao nazismo, com penas que podem ultrapassar 20 anos de reclusão.
A Importância do Monitoramento Familiar na Prevenção de Crimes Cibernéticos
O delegado Brenno Andrade também enfatizou a importância do monitoramento familiar e escolar como forma de prevenção. “Mudanças no comportamento da criança ou adolescente podem ser um sinal de alerta. É essencial que os pais criem um ambiente de confiança, promovam o diálogo e supervisionem o uso de dispositivos eletrônicos”, afirmou.
A Polícia Civil segue com as investigações, e outras prisões e apreensões podem ser realizadas conforme o andamento das apurações.
Com informações da Polícia Civil do Mato Grosso (PCMT).